PRIMEIROS SINTOMAS
CAL - Centro de Artes de Lisboa
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PASTORAL
A partir de "Crisfal" de Cristóvão Falcão
8, 9, 10 e 11 JAN. | 21H30
Direcção: Miguel Loureiro
Assistência: Sara Graça
Actores: Inês Nogueira, Márcia Cardoso, Álvaro Correia e Vitor d'Andrade (no papel de Crisfal)
Uma produção: 3/quartos
«Editada primeiro anonimamente, a écloga dita “de Crisfal” aparece reeditada em Ferrara, 1554, juntamente com a obra de Bernardim Ribeiro e atribuída em nome da fama pública a Cristóvão Falcão, a cujos amores precoces e infelizes com D. Maria Brandão seria alusiva. Há um flagrante parentesco entre a écloga Crisfal e a Menina e Moça. Trata-se de uma écloga novelesca. Um sonho (explicado por antecedentes psicológicos) permite que o protagonista “como ave voante”, viaje do Alentejo litoral até Lorvão, cruzando o Tejo, avistando do alto as serranias da Estrela e depois os soutos da Beira Alta. Antes de se encontrar e explicar com a amada, num diálogo intenso de dramatismo e ternura sensual, há curtas digressões narrativas: a história de Natónio e Guiomar, referida entre o ladrar dos cães, o mugir do gado e o “triste coaxar das rãs”; e a história de uma mal-maridada. A estrutura é superior à das éclogas incontroversamente bernardianas. As convenções pastoris passam a plano secundário, substituídas pela imaginação, aliás inevitavelmente ingénua, do que seja a paisagem vista em voo, e dos quiproquós que retardam a explicação amorosa final, de resto desenganada pelo acordar. A subtileza psicológica da Menina e Moça ocorre em vários passos, como quando Crisfal está “ com um temeroso prazer/Que sói ter quem deseja”, e sobretudo ao descrever-se o embaraço e os lapsos da mal-maridada perante o seu idoso marido (…) Quer a écloga Crisfal seja ou não de Bernardim, a verdade é, pois, que, pela sua estrutura novelesca e psicológica, estabelece a transição para a obra em que superiormente se exprime o seu sentimento trágico da vida apenas orientada pelo amor: uma novela de psicologia amorosa em prosa que pode considerar-se poética na sua própria essência»
“História da Literatura Portuguesa” António José Saraiva e Óscar Lopes
(14ª edição corrigida e actualizada, Porto Editora)
M/12
RESERVAS (lotação limitada, pelo que se aconselha a reserva prévia):
Bilhetes: 5€
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