PRIMEIROS SINTOMAS
CAL - Centro de Artes de Lisboa
R. santa Engrácia 12A, 1170-333 Lisboa
(+351) 915 078 572
Texto baseado na obra de Prokofiev | Encenação Sandra Faleiro | Concepção Plástica Ana Teresa Castelo | Sonoplastia Sérgio Delgado | Luz Paulo Oliveira | Interpretação Catarina Mascarenhas, César Ribeiro, Ricardo Neves-Neves | Direcção de Produção Mafalda Gouveia
Uma extravagante família de saltimbancos conta e vive a história de Pedro e o Lobo por meio de música, dança, teatro e números de circo.
Há mais de cem anos atrás, algures na Rússia, vivia o Pedro com o seu avô, numa casa cujas traseiras davam para um imenso prado verde. Do quarto do Pedro via-se esse prado, que se estendia até ao longe, para depois começar uma misteriosa floresta. Certa manhã, bem cedinho, ainda com os primeiros raios de luz a entrarem pela janela no quarto, o Pedro acorda e veste-se, energicamente, ansioso para ir brincar lá para fora. A casa do avô tinha um pátio nas traseiras e nesse pátio existia uma árvore gigante que o Pedro adorava trepar. Uma parede alta, feita de pedra, com um forte portão de metal, separava o pátio do prado e protegia o Pedro dos perigos da floresta.
Assim que se acabou de vestir, Pedro correu para o pátio para subir à sua árvore favorita. Do cimo da árvore podia-se ver, no meio do prado, um pequeno lago cristalino. O Pedro pensou como devia ser divertido correr, cantar e brincar pelo pardo fora. O Avô avisara-o várias vezes para que não fosse brincar para o prado, mas o Pedro não tinha medo dos animais perigosos que viviam na floresta e decidiu ir à mesma. Abriu o portão de ferro e correu para o prado a cantar uma canção. Passado um bocado pareceu-lhe ouvir alguém também a cantar. Era um passarinho, a chilrear, enquanto voava, graciosamente, pelo céu. “Olá passarinho” disse o Pedro. “Está um dia maravilhoso, não está?”. O Pedro estava muito contente por ter alguém com quem cantar. Foram cantados os dois enquanto se aproximavam do lago luminoso. No lago estava nadava um gorducho pato amarelo. O pato e o pássaro começaram de imediato a discutir qual dos dois seria uma verdadeira ave. “Que espécie de ave és tu se não consegues voar?” chilreou o pássaro. “Que espécie de ave és tu se não consegues nadar?” respondeu o pato. Continuaram nessa discussão sem prestar atenção ao que se passava à sua volta. O Pedro, no entanto, estava atento, e reparou que o seu gato acabara de saltar o muro e já se encontrava no prado. Vinha-se aproximando, sem tirar os olhos do pássaro, enquanto pensava no almoço. A distância entre o muro que circundava o pátio e o lago não era muita e rapidamente o gato chegou perto do passarito e quando se preparava para abocanhá-lo o Pedro gritou “Cuidado!”, o pássaro desatou a voar e foi posar num dos ramos da árvore gigante do Pedro.
“O que é que estas a fazer aí fora no prado?” perguntou o avô ao Pedro. “Eu já te avisei vezes sem conta que o prado não é um bom sítio para brincares. Existem muitos animais perigosos lá ao fundo na floresta. Queres ser comido por um deles?”. O Pedro não tinha medo desses animais perigosos mas o avô trouxe-o de volta ao pátio das traseiras e fechou o portão de ferro.
Tinha o avô acabado de fechar o portão de ferro quando surgiu um lobo da floresta. O gato entretanto dormitava no prado. Sabia que não valia a pena trepar a árvore para apanhar o pássaro porque este facilmente voaria para outro lado. O Lobo ia-se aproximando cada vez mais. O pássaro deu pelo Lobo e começou chilrear alarmado de maneira a que pudesse avisar o gato e o pato. O gato acordou e num sobressalto trepou a uma árvore para se pior a salvo. O Pato começou a grasnar de tal maneira com medo que saiu do lago e começou a correr em direcção ao portão de ferro que protegia o pátio. O pato corria o máximo que conseguia mas o lobo é mais veloz e num ápice engoliu o pato de uma só vez. O Pedro, que assistiu a tudo isto, começou a trepar a árvore do pátio. Levava consigo uma corda, à volta do ombro, com intenção de a usar para apanhar o lobo. Quando chegou ao ramo que atravessava o muro em direcção ao prado começou a percorrê-lo. Chegado à ponta do ramo, o Pedro pediu ajuda ao pássaro, para que o pássaro distraísse o lobo enquanto se preparava a armadilha. O passarito dispôs-se logo a ajudar, mais a mais depois de o Pedro lhe ter salvo a vida tão cedo pela manhã. Voou direito ao nariz do lobo e quando o lobo se preparava para o abocanhar desviou caminho e o lobo mordeu o ar. Continuou neste jogo enquanto o Pedro preparava a corda. Atou uma ponta da corda ao ramo e a outra ponta soltou-a como um laço. Com a ajuda do pássaro o Pedro rapidamente enlaçou o lobo e começou a gritar pelos caçadores. Os caçadores surgiram num ápice e já apontavam as armas ao lobo quando, “Não, não o matem” o Pedro começou a chorar. “Levamos o lobo para um jardim zoológico para que toda a gente o veja”. Os caçadores concordaram. O Pedro foi à frente de uma autêntica procissão, pela cidade, a caminho do Jardim Zoológico. Atrás vinham os caçadores com o lobo preso e o avô, contente e preocupado ao mesmo tempo, porque podia ter acontecido o pior. Por cima de todas as cabeças voava o pássaro, excitado e orgulhoso, por terem apanhado o lobo.
Classificação Etária: M/ 4 anos | Duração: 30 minutos s/ intervalo;
Estreia Teatro A Barraca | 10 de Fevereiro de 2008
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